sexta-feira, outubro 28, 2005

Desilusão


Olho para ti... para os teus olhos. Desiludiste-me. Agora nos meus olhares, quando te fito, sente-se uma mistura de ódio, raiva, desconfiança e desilusão. Como pudeste? Como conseguiste?
Agora choro pelas letras que não quis escrever e pelas palavras que não quis mencionar.
Expressões no meu rosto sussuram tristeza, labaredas no meu olhar gritam raiva.
Tudo em ti me lembra o céu, mas teus olhos, assim como teu coração ardem de frieza como no Inferno

Pântano



Queria entrar devagar, mas, num impulso, mergulhei. Olhei para os peixes e para tudo como se fossem estrelas. Depois ascendi e olhei à volta. A minha cara sonhadora tornou-se assombrada. As águas límpidas que eu tinha contemplado primeiramente, afinal, eram pântanos onde sapos e rãs saltavam. Não tinha pé e estava a ficar cansado. Alguém me salvaria? Vejo uma fresta de luz que me tenta ascender e salvar. A pressa levou a primeiro e eu, exausto, tento sobreviver em vão.
Agora entendo que a primeira percepçao não foi a mais certa. Agora vejo-me envolvido numa lama suja que me está a matar. Desiludi-me por minha culpa. Penso no passado, retrocesso e derramam-se lágrimas. As nuvens doces e alaranjadas afinal eram ovelhas negras que voavam e assombravam sem pena. Evito pensar no fim, continuo a sonhar que as águas se transformem e se tornem cristalinas. Desejos vãos. Então, decido acabar com este inferno que me atormenta.
Fiz sangrar as rãs, matei os sapos e tingi as águas de vermelho. Então, sorri, malevoltamente. Agora arrependi-me. Se calhar este inferno não era assim tão mau. Afinal de contas ajudou-me a crescer e a melhorar-me. Contente por acabar o sofrimento e triste por magoar o que me fez crescer. Agora só me resta aprender a lição e não a repetir. Agora vou viver sorridente. E então, de repente, as águas ficam cristalinas e eu choro lágrimas de sangue que me mancham a alma.





PS: veio me isto n1 momnto d inspiração durante a aula d historia... ficou bem=D
tip... pa qem não entendeu ist tem os seguintes sentidos:
-quando começamos a conhecer uma pessoa não nos podemos atirar de cabeças e dar tudo, pois podemos estar a por o pe em falso.
-não devemos detestar quem nos faz sofrer. Pois é graças a essas pessoas que nos crescemos.
-quando nos parece que n1a relaçao esta tudo mal... não devems lançar a bomba e acabar com tudo (pois isso pode fazer com q as aguas s tornem cristalinas... e depois não se poder voltar a entrar) mas sim deixar as coisas correrem... deixarem alguém sofrer... para saberem o q fazer....




PS2: opa... ist ja parece 1a cena pa dar conselhs sntimntais... q cena estupida mas ya... foi 1a especie de explicação do sentido do meu texto...

domingo, outubro 16, 2005

Sorriso de criança... chorar de adulto...

Ainda me lembro de como sorria aquela criança. Sorria com a pureza de um malmequer e com a energia de um esquilo. Era sensível a todas as palavras e a todos os toques.
O Mundo através dos olhos dessa criança era belo. Aí as únicas coisas a criticar eram os, imaturos e próprios da idade, comportamentos dos colegas. Quando a machocavam, chorava em silêncio, para ninguém a ver como uma fraca (nesse ponto não mudou assim tanto... continua a chorar em silêncio, debaixo da almofada, detrás da máscara...).
Essa criança, do sorriso puro e das críticas oportunas, mudou. Agora é mais fria e o seu sorriso puro e inocente transformou-se em sorrisos e risos falsos e momentâneos. E todas as críticas oportunas, ou não, mudaram para comentários fúteis e inúteis para a sociedade. Essa criança já escrevia «poemas», para os pais e para os avós, nos quais as palavras rimavam mas não havia senso. Esses «poemas» (se é que se podem chamar assim) agora são textos de reflexão para os quais as pessoas olham como se fossem jóias, mas que na realidade não passam de reflexões e desabafos autobiográficos.
A criança que aqui descrevi mudou por razões desconhecidas. Melhorou para uns e piorou para outros. Alguns, em momentos e nostalgia, sorriem lembrando-se da criança desinibida e sorridente, que agora cresceu como pessoa e já não sorri da mesma maneira para o Mundo, e para cada detalhe, como dantes. Em momentos de reflexão ainda se consegue sentir o calor do seu coração e a singular inocência do seu olhar. Olhar esse que, duro, fixa e reconhece o ódio, o amor, e a tristeza estampados nas caras das pessoas. Percepção paranormal, dizem uns, ou pura observação e psicologia, dizem outros... Alma de escritora (!) digo eu com a mesma convicção que aquela criança defendia os seus pontos de vista. Alma de escritora pela inocência e pela determinação com que falava e pelo amor que tinha, e tem, aos que a acompanharam durante a sua infância enérgica que se tornou vida quieta e filosofal, na qual se orgulha de viver e pensar.

quinta-feira, outubro 13, 2005

Lança-te! Voa!


Apoias-te sobre um dorso que não te quer sustentar, voas sobre um mundo que não queres enfrentar. Não enfrentas porque tens medo de perder, de falhar, de chorar. Não tentas, não arriscas, não disfrutas, não petiscas. Agarras-te com força às penas do corvo preto que te suporta. Esse corvo já desistiu de lutar. Esse corvo quer descer e descançar. Porque obrigas o velho e feio pássaro a voar sobre campos que deviam ser teus e sobre amores pelos quais devias lutar?
Enfrenta o Mundo! Lança-te! Voa! Povoa os campos e conquista os amores! Se não descederes as penas cederão e cairás, mal e desamparado, sem ninguém para te apanhar. E aì, acredita (!), mais sofrerás e menores serão as hipoteses de sobrevivência neste mundo no qual tens medo de viver.